Cardiomiopatia hipertrófica em felinos com hipertireoidismo

Cardiomiopatia hipertrófica em felinos com hipertireoidismo

O hipertireoidismo é a doença endócrina mais comum em felinos de meia idade a idosos, caracterizada pela produção e secreção excessiva dos hormônios  T3 (Triiodotironina)  e T4  (Tiroxina) pela glândula tireóide. Está doença está se tornando cada vez mais frequente na rotina clínica veterinária.

Os principais sintomas da doença estão relacionados a aceleração do metabolismo pelo excesso de hormônios circulantes. Os sintomas são progressivos e mais da metade dos felinos começam a apresentar esses sintomas 6 meses há 1 ano antes de serem encaminhados ao veterinário. Isso acontece porque inicialmente esses sintomas podem ser confundidos com um estado saudável, pois nessa fase o tutor somente observa aumento de apetite e hiperetitividade. Com o avanço da doença torna-se mais fácil perceber que há algo errado, pois o felino passa a apresentar também emagrecimento progressivo, vômito, diarreia, taquicardia, aumento da ingestão de água e aumento da diurese.

Mas qual é a relação do hipertireoidismo com o coração dos felinos?

Se não bastassem todos esses sintomas que debilitam muitos os pacientes portadores dessa doença, o metabolismo acelerado também afeta o coração. Esse estado hipermetabólico, promove aceleração cardíaca, aumenta a contração e o consumo de oxigênio do músculo cardíaco, além de aumentar também o débito cardíaco  o gasto de energia e a pressão arterial, levando a uma hipertrofia compensatória da musculatura cardíaca.

A cardiomiopatia hipertrófica é a principal doença cardíaca a acometer os felinos. Trata-se de uma doença grave que pode se desenvolver por predisposição genética ou secundária a doenças entra elas destacamos o hipertireoidismo. Inicialmente é uma doença silenciosa, por isso é muito importante que todo paciente portador de hipertireoidismo seja encaminhado para uma avalição cardiológica. Os primeiros sintomas da doença são muito inespecíficos como letargia e anorexia e durante a consulta já podem ser detectados sopros e arritmias. Com a evolução da doença surgem os sintomas relacionados a insuficiência cardíaca congestiva e entre eles podemos destacar a dificuldade respiratória, cianose de mucosas e intolerância a exercícios, além da predisposição ao tromboembolismo. O diagnóstico se dá através do exame ecocardiográfico que pode ser realizado durante a consulta.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença são fundamentais para a qualidade de vida do paciente evitando as complicações decorrente de sua evolução.  Por se tratar de duas doenças potencialmente graves e silenciosas num primeiro momento, as consultas com o médico veterinário com regularidade são de extrema importância.

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Viviane Azevedo – CRMV-7831