Primeiros cuidados com o filhote: Parte III – a vermifugação

Os vermes causam vários problemas à saúde dos cães. A natureza e a extensão das lesões variam de acordo com o tipo de verme, a quantidade dos mesmos e o estado de saúde do animal que está parasitado. Os filhotes apresentam facilmente sintomas, uma vez que seu sistema imunológico ainda é imaturo. Mas como um filhote já pode ter vermes? Mesmo sem o seu filhote ter entrado em contato com a rua, ele pode já vir para a sua casa contaminado, uma vez que a mãe os transmite através da placenta e da amamentação. Por isso, todos os filhotes devem ser vermifugados logo quando jovens, de preferência antes de 30 dias de vida.

Então, quais os danos à saúde do animal?

De uma forma geral, os danos são:

  •  Menor aproveitamento dos nutrientes, acarretado pelo comprometimento das funções de digestão e absorção.
  • Falta de apetite.
  • Atraso no crescimento.
  • Perda de peso e fraqueza.
  • Pêlos sem brilho e eriçados.
  • Aumento de volume e dor abdominal.
  • Anemia e lesões do trato gastrintestinal.
  • Diarréia, vômito.
  • Reações alérgicas e coceira.
  • Queda de resistência, causando maior predisposição a infecções secundárias.
  • Morte dos animais, especialmente filhotes, em casos mais severos.

 Quais os danos à saúde do homem:

Os vermes de cães e gatos podem causar várias doenças aos seres humanos. Crianças são muito suscetíveis, pois levam a mão à boca com freqüência, podendo ingerir material contaminado. As principais doenças transmitidas ao homem pelos vermes dos animais são:

Larva Migrans Visceral: larvas de Toxocara sp. se localizam em diversos órgãos como olhos e sistema nervoso central, causando graves lesões.

  • Larva Migrans Cutânea ou Bicho Geográfico: larvas do Ancylostoma sp. causam dermatites com coceira intensa.
  • Hidatidose cística: larvas de Echinococcus sp. formam cisto hidático em órgãos como fígado, baço e sistema nervoso central.

 Como combater a verminose:

O combate à verminose só terá sucesso através de consultas periódicas ao médico veterinário, vermifugações constantes dos animais e medidas que controlem a contaminação do meio ambiente, como recolhimento das fezes e desinfecção dos pisos dos canis e gatis.

 Dicas para uma boa vermifugação:

Seguir rigorosamente as instruções do médico veterinário, vermifugando ao mesmo tempo todos os animais que convivem no mesmo ambiente.

Lembrar que para cada idade do animal existe um programa básico de vermifugação.

Filhotes: durante a amamentação e após o desmame.

    • Filhotes com mães vermifugadas:
      • 1ª dose de vermífugo de amplo espectro com 30 dias de vida e após 15 dias repete-se
      • Repete-se 1 a 2 vezes durante a vacinação a critério do médico veterinário.
      • Ideal após 60 dias fazer exame coproparitológico (exames de fezes) e ver se animal ainda está parasitado.
    • Filhotes com mães NÃO vermifugadas:
      • 1ª dose de vermífugo de amplo espectro aos 21 dias de idade;
      • 2ª dose aos 36 dias de idade;
      • 3ª dose aos 57 dias de idade.
      • Em seguida, repete 1 ou 2 vezes antes do término das vacinas, que é com 150 dias.
      • Após 60 dias faz coproparasitológico (exame de fezes)
      • Jovens & Adultos com acesso mais 3 vezes na semana a rua: a cada 3 meses.
      • Jovens & Adultos sem acesso a rua: continuamente a cada 6 meses.
      • Fêmeas em reprodução: antes do acasalamento e 10 dias antes da data provável do parto (nestes casos, nem todos os tipos de vermífugo podem ser utilizados, consulte seu veterinário).
      • Para prevenir reinfecções por Dipylidium caninum, recomenda-se o tratamento contra pulgas, pois estas são os hospedeiros intermediários desse verme.

        Além de todas essas medidas, manter sempre o ambiente limpo para diminuir a reinfecção dos animais, especialmente em animais que vivem em casa e defecam em quintais com grama ou terra.

      • Dra. Renata Tostes – clínica geral da Vet Care