Sabe aquela pomadinha com cortisona que você usa no seu pet cada vez que ele tem uma coceira? O uso em excesso dela pode fazer muito mal ao seu pet!
Como muita gente sabe, o melhor amigo do paciente com alergia é a famosa CORTISONA. A cortisona possui muito nomes (dexametasona, prednisona, prednisolona, betametasona, etc) e muitas apresentações (comprimido, liquido, pomada, colírio, injeção, etc) e, na maioria das vezes, o tutor não sabe de fato que o uso indiscriminado dessa medicação pode causar uma doença chamada de hiperadrenocorticismo iatrogênico.
Já falamos aqui sobre a doença hiperadrenocorticismo, causada pelo aumento da produção de cortisona pelo próprio organismo. Mas VOCÊ também pode causar a doença, ao administrar cortisona em excesso no seu melhor amigo!
A cortisona, também chamado de cortisol, é um hormônio produzido pela glândula adrenal e desempenha uma série de funções MUITO IMPORTANTES no organismo. As funções mais conhecidas da cortisona são as ações anti-inflamatória e antialérgica. E é por isso que essa medicação é prescrita em forma de comprimidos quando seu animalzinho tem coceira ou está com muitas dores articulares ou, em pomadas e cremes, quando ele está com “bolinhas” e vermelhidão na pele, por exemplo. A cortisona é um remédio muito efetivo e todos viram fãs após verem que seus pets ficam curados do mal que os afligia. Porém, o uso excessivo dessa medicação pode trazer uma série de efeitos desastrosos no organismo, como por exemplo: aumento do volume abdominal (geralmente causado pelo aumento do fígado), ganho de peso, aumento do apetite, da sede e da produção de urina, aumento da pressão arterial sanguínea, aumento das enzimas do fígado, baixa de imunidade (o que muitas vezes piora o problema de pele ao invés de melhorá-lo), queda de pelos e até mesmo a diabetes!
Além disso tudo descrito acima, quando administramos cortisona em excesso num paciente, mesmo que na forma tópica (colírios, pomadas, cremes e sprays), a glândula adrenal diminui a produção de cortisona. E, quando você suspende de forma abrupta a medicação, a glândula não tem tempo hábil para se restabelecer e esse animal pode ter sinais de falta de cortisona: pressão arterial baixa, desmaio, hipoglicemia, vômitos e diarreia.
Portanto, antes de repetir a receita que o seu médico veterinário prescreveu na última consulta, lembre-se de que o uso ERRADO da medicação pode piorar o quadro do seu amigo ao invés de melhorá-lo! Fale sempre com seu médico veterinário antes de automedicar seu cão ou gato. Seu melhor amigo agradece esse cuidado!
Atenção! Muitas vezes a cortisona é imprescindível para a melhora clínica do paciente. Portanto, apesar de causar muitos efeitos colaterais, muitas vezes seus benefícios são essenciais para salvar a vida de animais com doenças graves. O importante é SABER usar. Os benefícios do seu uso devem superar sempre os riscos. Siga sempre as orientações do seu médico veterinário, ele saberá o que é melhor ao seu pet.
Dra. Flávia Braz – especialista em dermatologia e endocrinologia veterinária