O diagnóstico precoce da doença renal é de extrema importância, já que uma vez que as células renais morrem, elas não regeneram, o que caracteriza a doença como irreversível.
Os animais podem ter risco de desenvolvimento da doença renal crônica (DRC) por vários motivos, mas o importante é que se faça esse diagnostico antes mesmo do quadro de insuficiência.
A creatinina é usada como marcador fiel da função renal, mas tem desvantagens na sua avaliação. Seus valores de normalidade de até 1,4mg/dL no cão e 1,6mg/dL no gato, podem se elevar tardiamente, depois de uma perda de mais de 2/3 das células renais. Muitos desses animais com pequenos aumentos da creatinina são assintomáticos ou apresentam pequenas alterações na rotina, o que torna ainda mais complicado o diagnostico precoce. Além disso, a creatinina tem interferência pela quantidade de massa muscular do animal, já que é produto do metabolismo muscular, podendo estar subestimada em alguns casos.
Por isso, em animais com perda de massa muscular e idosos, podemos dosar o SDMA (Dimetil Arginina Simétrica), que é um marcador que vem sendo utilizado mais recentemente e não sofre alterações pela massa muscular. Além disso, o SDMA apresenta outras vantagens, sendo a principal delas o aumento precoce de seus valores com perdas de cerca de 40% da função renal, mais precocemente do que a creatinina, e numa fase da doença onde ainda não temos sintomas e quando temos muito mais a fazer pelos pacientes.
Diversos marcadores vem sendo estudados para determinar essa perda de função de maneira mais precoce. Mas um exame de urina simples é outra forma de indicar algum grau de insuficiência, a partir da avaliação da densidade da urina e da perda de proteína pelas vias urinarias. Os rins trabalham para reabsorver água para o organismo, e muitos animais que tem doenças hormonais, e doença renal perdem essa capacidade, o que torna a urina muito diluída (aspecto muito transparente, quase água). Em alguns casos uma perda excessiva de água na urina pode levar ao aumento da ingestão de água para compensar. Mas alguns animais não fazem essa compensação e acabam desidratando rápido. Essa situação pode prejudicar a função renal ainda mais e levar a morte de mais células renais, até que se chegue ao quadro de insuficiência.
Dr.Igor Wirth – Nefrologista Veterinario