Você sabe o que é PKD?

PERSA

Polycystic Kidney Disease (PKD) ou Doença do Rim Policístico (DRP) é uma das doenças genéticas mais importantes que afetam os felinos. Ela se caracteriza pelo surgimento de cistos no rim, causando disfunção renal e posteriormente, insuficiência renal. O surgimento dos cistos ocorre ainda no período gestacional, porém estes aumentam de tamanho com o passar do tempo, e podem variar de 1 mm a 1 cm de diâmetro. Normalmente animais idosos apresentam cistos maiores e em maior quantidade que animais mais jovens.

A raça mais acometida, sem duvidas, é a Persa. Mais ou menos cerca de 35% dos Persas podem ser portadores do gene para PKD, portanto todas as raças geneticamente próximas a ela como: Himalaio, Exótico, Sagrado da Birmânia, British Shorthair, American Shorthair e Scottish Folds, podem apresentar maior propensão à doença (prevalência estatística). A PKD tem origem genética, é autossômica dominante, o que quer dizer que se um dos seus pais tem doença policística, a chance dos filhos terem também é de 50%.

Os sinais da doença ocorrem de forma tardia, entre três a dez anos de idade, quando geralmente o quadro de doença renal começa a se instalar. São eles: sede intensa, letargia, vômitos, perda ou redução do apetite, emagrecimento e micção excessiva. Os gatos portadores de DRP podem ser assintomáticos, caso o comprometimento seja unilateral, ou demonstrar sinais de insuficiência renal, quando for bilateral. Na maioria das vezes, as complicações da doença ocorrem quando há o crescimento dos cistos, que causam disfunção renal, levando, finalmente, à falência renal.

O diagnostico precoce da doença  é de grande importância. A nefromegalia, causada devido à presença de múltiplos cistos renais, pode ser percebida clínico durante a palpação e deve ser investigada.

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A doença renal policística em gatos pode ser diagnosticada utilizando-se os sinais clínicos, achados laboratoriais, resultados de imagens obtidas por exame radiográfico, ultrassonográfico, tomografia computadorizada, urografia excretora e biópsia renal. Sendo que a tomografia não acrescenta muitas informações a mais que o simples exame ultrassonográfico.

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Os exames de DNA são geralmente realizados em gatos com 8 a 10 semanas, e têm 100% de confiabilidade, em qualquer idade.

Sendo uma doença genética, não existe cura, portanto, os animais devem ser tratados como insuficientes renais crônicos. O controle da doença deve-se basear-se em precocidade diagnóstica por meio principalmente da realização de exames ultrassonográficos e exames de DNA em animais antes de iniciarem suas vidas reprodutivas. Sendo importante a esterilização dos animais positivos, já que o mesmo terá chance de transmitir a doença para pelo menos 50% de sua prole, mesmo na ausência de sinais clínicos, sendo também relevante a realização de exame ultrassonográfico dos familiares quando for identificada positividade.

Dra.Gabriela Vieira – Clinica Geral e Especialista em Felinos